08/05/2024

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Trump e Biden: segundo round

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WASHINGTON, DC - AUGUST 31: President Donald J. Trump speaks during a news briefing in the James S. Brady Press Briefing Room at the White House on Monday, Aug 31, 2020 in Washington, DC. (Photo by Jabin Botsford/The Washington Post via Getty Images)

O segundo e último debate da campanha presidencial americana acontece na noite desta quinta-feira, 22, com uma novidade importante: os candidatos terão dois minutos de fala ininterrupta no início de cada segmento.

Essa foi a solução encontrada pelos organizadores para impedir uma repetição do caos que marcou o primeiro encontro entre Joe Biden e Donald Trump, há três semanas. O presidente americano interrompeu o adversário 128 vezes, segundo uma conta do site Slate. O democrata pediu para o presidente “calar a boca” e chamou Trump de “palhaço”.

Segundo as regras anunciadas pela comissão organizadora – uma entidade independente –, a regra se aplica somente à primeira fala de cada um, em resposta às perguntas iniciais da mediadora, a jornalista Kristen Welker, sobre cada um dos temas.

Enquanto Biden estiver respondendo, o microfone de Trump ficará cortado, e vice-versa. Passado esse período inicial de cada um dos blocos (serão seis), os microfones voltam a ficar abertos para discussão.

“Vou participar, só acho que é muito injusto”, disse o Trump sobre a nova regra. O diretor de sua campanha, Bill Stepien, afirmou que o presidente “está comprometido em debater com Joe Biden a despeito de mudanças de última hora da comissão tendenciosa e sua última tentativa de dar vantagem para seu candidato favorito”.

Em um comunicado, a comissão organizadora afirmou que a alteração  foi instituída levando em conta “a opinião de muitos que acharam que o debate ficou aquém das expectativas, impedindo que os eleitores se informassem sobre as posições dos candidatos”.

O primeiro debate foi considerado por diversos observadores como um dos piores de todos os tempos entre dois candidatos à Presidência. O segundo, que deveria ter ocorrido na semana passada, foi cancelado depois de Trump recusar-se a participar via videoconferência.

 

Apesar da expectativa de boa audiência, poucos analistas acreditam que o confronto leve muitos eleitores a mudar de voto por causa da polarização política extrema no país.

O desempenho de Trump pode ser sua última oportunidade para tentar conquistar algumas parcelas importantes do eleitorado – ou pelo menos evitar um desgaste ainda maior.

Um exemplo são as mulheres dos subúrbio. Trump vem pedindo explicitamente o apoio dessas eleitoras. “Mulheres dos subúrbios: vocês podem gostar de mim, por favor?”, disse o presidente num comício na semana passada.

Segundo Trump, a vida supostamente pacífica e idílica dos subúrbios americanos – casas com jardins bem cuidados, vizinhos amistosos, famílias brancas – está diante de uma ameaça existencial: os arruaceiros e violentos manifestantes do movimento Black Lives Matter.

Somente o presidente e sua promessa de lei e ordem poderiam evitar que esse ideal fosse corrompido para sempre por uma onda de violência e anarquia.

O problema é que esses subúrbios da narrativa de Trump não existem há muito tempo. Hoje em dia, eles são multiétnicos e multirraciais. Em termos de diversidade, eles são cada vez mais parecidos com as grandes cidades.

Um dado do centro de estudos Brookings Institution aponta que mais de metade dos imigrantes que se mudaram para os Estados Unidos nos últimos 20 anos foram morar nos subúrbios.

A fixação com essa fatia do eleitorado tem a ver com a composição demográfica de estados decisivos no colégio eleitoral, como a  Pensilvânia, onde Biden lidera as pesquisas com boa margem. Foi na Pensilvânia que Trump fez seu apelo desesperado pelo apoio das mulheres dos subúrbios.

As pesquisas também indicam que Trump corre o risco de perder em estados nos quais foi vitorioso há quatro anos – como Iowa e Ohio – e até mesmo em outros que costumam pender para o Partido Republicano, como Geórgia e Arizona.

A menos de duas semanas da eleição, o tempo também está acabando para que Trump consiga reverter a opinião crítica da população sobre seu trabalho – especialmente no que diz respeito ao combate à pandemia. Segundo duas pesquisas divulgadas na terça-feira, 55% dos americanos reprovam o governo (43% aprovam).

As pesquisas nacionais – que não refletem a realidade do colégio eleitoral – indicam uma vantagem confortável para Biden. Segundo a média de 10 levantamentos do site RealClearPolitics, o democrata está 7,6 pontos percentuais à frente de Trump.

O debate de hoje à noite acontece na Universidade Belmont, em Nashville, e está programado para começar às 22h de Brasília. O confronto será transmitido pela CNN Brasil e pela Globonews e também pode ser acompanhado pela internet em sites da imprensa americana, como New York Times e Washington Post, ou serviços como YouTube e Twitter.

 

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