03/12/2024

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Como o metaverso mudará as oportunidades do mercado de marketing

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É necessário entender que o metaverso não será um espaço apenas de socialização, mas também onde a vida acontece

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Por Daniel Kaminitz*

De tempos em tempos temos uma nova tendência. Algumas, no entanto, têm um poder revolucionário, como as redes sociais, que conectaram mundos, ou os aplicativos de mensagem, que reduziram custos, facilitaram a comunicação e entregam cada dia mais funcionalidades.

O metaverso, ambiente de interação virtual com recursos de realidade virtual e aumentada, apresenta um potencial ainda maior. Sugerido lá atrás, no romance de sci-fi “Snow Crash”, de Neal Stephenson, ganha cada vez mais corpo, com anúncios de investimentos bilionários feitos pelas big techs. Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo do Facebook, agora batizado de Meta, disse, em entrevista ao site The Verge, que “ao invés de apenas ver o conteúdo, você estará dentro dele”. Outras grandes companhias como Microsoft, Nvidia, Tencent, Roblox Corporation e Epic Games, responsável pelo fenômeno dos videogames Fortnite, também estão na competição para o desenvolvimento das suas plataformas de metaverso.

É um movimento impulsionado pela adoção de tecnologias, acelerada pela pandemia, que acabou por abrir caminhos para novas soluções e realidades. Uma pesquisa conduzida pelo braço de inteligência da agência Wunderman Thompson com mais de três mil participantes dos Estados Unidos, Reino Unido e China aponta que 93% dos consumidores concordam que a tecnologia é o nosso futuro, 76% dizem que sua vida cotidiana e atividades dependem dela e mais da metade (52%) afirma que sua felicidade está diretamente atrelada a ela.

Para a publicidade, o metaverso significa um novo universo, literalmente. Com a implementação, teremos novas oportunidades para explorar e oferecer diferentes soluções, estruturas e um horizonte aberto para trabalhar a criatividade em um ambiente de grande imersão, tanto a partir da realidade virtual quanto aumentada. Os usuários poderão dar vida aos seus avatares, criando um jeito próprio de ser e estabelecendo gostos e desejos de consumo; as marcas, por sua vez, poderão implementar comunicações próprias para essa nova dimensão que, para muitos, será um gêmeo digital do mundo físico.

Os personagens que usam determinado estilo de roupa poderão contar com lojas virtuais que ofereçam itens específicos para aquele ambiente. As marcas também poderão desenvolver experiências, como um show em ambiente exclusivo ou que ofereça uma vista privilegiada, ou ativações, como dirigir uma Fórmula 1 em Mônaco, na Itália. Exemplos como o show do Travis Scott no jogo Fortnite, que atraiu mais de 12,3 milhões de visualizações no pico da live, serão cada vez mais comuns enquanto parte deste novo universo. Essas são apenas algumas ideias pensando na replicação do real para o virtual.

Descrito como o futuro da internet, o metaverso já tem os elementos embrionários entre nós. Podem ser percebidos em diversas áreas e a partir de ações como produtos lançados e comercializados apenas digitalmente, como roupas, tênis, viagens imersivas e até imóveis. A Mars House (Casa de Marte, em tradução livre), primeira casa totalmente digital do mundo, por exemplo, foi vendida por US$ 500 mil dólares. Existem ainda empresas que usam o ambiente virtual como espaço de teste: lançam um produto digital e, a depender da resposta, podem transformá-lo em um ativo físico.

As oportunidades também passam pelas conexões com outros ativos digitais, como criptomoedas e as NFTs (Non-Fungible Token). As marcas podem apresentar uma edição limitada de algum produto e fazer a tokenização, garantindo aos avatares a propriedade. As possibilidades do metaverso, a partir da própria evolução do ecossistema e do seu amadurecimento, serão cada vez mais profundas e imersivas.

Como esse macroambiente já está em ebulição, quem não quiser ficar para trás precisa começar a agir agora. É necessário entender que o metaverso não será um espaço apenas de socialização, e sim o lugar onde a vida acontece, unindo trabalho, compras, interação e tudo mais. As experiências imersivas, hoje já importantes e presentes para as gerações alpha e Z, irão se aprofundar e aperfeiçoar

*Daniel Kaminitz é CEO na Weach Group.

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