Com quase 2 milhões de identidades emitidas, 49% da população brasileira já pode ter RG com confirmação de dados em blockchain
4 minutos de lecturaO Governo Federal revelou que quase 2 milhões de documentos de identidade já foram emitidos pelos estados que aderiram as novas normas para emissão do novo RG nacional, que conta com confirmação de dados em blockchain
O Governo Federal revelou que quase 2 milhões de documentos de identidade já foram emitidos pelos estados que aderiram as novas normas para emissão do novo RG nacional, que conta com confirmação de dados em blockchain usando o sistema b-Cadastro, da Receita Federal, que é baseado no Hyperledger.
Atualmente 12 estados, mais o Distrito Federal, estão realizando a emissão do novo RG, indicando que 49% da população brasileira já tem acesso a emissão do novo documento que, segundo o Governo Federal, faz uso da tecnologia, entre outros, para evitar fraudes e ajudar na integração dos sistemas e de dados já que os RG são emitidos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de cada Estado enquanto o CPF é emitido pela Receita Federal.
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O secretário de governo digital do Ministério da Gestão, Rogério Mascarenhas, revelou que os estados que ainda não aderiram ao novo sistema tem até 6 de novembro para adequar seus sistemas de emissão de RG as novas regras. A meta é que 100% dos RGs do Brasil sejam emitidos com a nova tecnologia que valida as informações com blockchain.
A plataforma b-Cadastro permite uma composição de bases que seja mais adequada para cada caso específico. Por exemplo, um órgão poderá acessar todas as bases, ou somente a base CPF, ou somente as bases CPF e CNPJ, ou qualquer composição que seja mais conveniente, conforme autorização de acesso fornecida pela Assessoria de Cooperação e Integração Fiscal (Ascif).
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Hyperledger domina aplicações governamentais no Brasil
Duas das principais plataformas que dialogam diretamente com o cidadão no Brasil são baseadas em soluções do consórcio Hyperledger. O CPF e o RG, principais documentos de identificação no Brasil, usam o Hyperledger Fabric enquanto o Drex, a moeda digital do Brasil, que deve ser lançada em 2024 pelo Banco Central, esta testando o uso do Hyperledger Besu.
Fabric e Besu são duas das principais plataformas de blockchain empresarial desenvolvidas sob a égide da Fundação Linux Hyperledger. Embora ambos façam parte da mesma organização e compartilhem a missão de promover a tecnologia blockchain para uso corporativo, eles têm diferenças significativas em termos de arquitetura, funcionalidades e casos de uso.
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Hyperledger Fabric:
- Modelo de Consenso: O Hyperledger Fabric utiliza um modelo de consenso pluggable, o que significa que os participantes da rede podem escolher entre diferentes algoritmos de consenso, como Kafka, Raft e outros. Isso proporciona flexibilidade para se adaptar a diferentes requisitos de negócios e níveis de privacidade.
- Mecanismo de Contrato Inteligente: No Fabric, os contratos inteligentes são chamados de «chaincodes». Eles são escritos em linguagens de programação como Go, Node.js e Java. Essa flexibilidade permite o desenvolvimento de aplicativos empresariais personalizados.
- Modelo de Privacidade: O Fabric oferece um modelo de privacidade avançado, permitindo que diferentes partes tenham visibilidade seletiva nas transações. Isso é especialmente útil em cenários empresariais onde a confidencialidade é fundamental.
- Organizações e Canais: O Fabric permite que várias organizações colaborem em uma rede, compartilhando ou não informações entre si. Essa flexibilidade é ideal para consórcios empresariais.
Hyperledger Besu:
- Conformidade com Padrões Ethereum: O Hyperledger Besu é compatível com os padrões Ethereum e suporta contratos inteligentes escritos em Solidity. Isso torna mais fácil para as empresas integrarem-se a redes Ethereum públicas ou privadas.
- Modelo de Consenso Ethereum: O Besu utiliza o mecanismo de consenso Proof of Work (PoW), semelhante ao Ethereum público. No entanto, também oferece suporte ao mecanismo de consenso Proof of Authority (PoA) para redes de permissão.
- Interoperabilidade com Ethereum: O Besu é uma escolha lógica para organizações que desejam interoperar com a rede Ethereum pública ou implementar soluções híbridas.
- Suporte a Redes de Permissão: Embora o Besu seja compatível com a rede Ethereum pública, ele é frequentemente usado para criar redes de permissão privadas, onde as organizações têm mais controle sobre a governança e a participação.
A principal diferença entre o Hyperledger Fabric e o Hyperledger Besu reside em seus modelos de consenso, idiomas de contratos inteligentes e abordagens de privacidade.
O Fabric oferece um modelo altamente flexível e personalizável, adequado para consórcios empresariais que requerem maior controle sobre a privacidade. Enquanto isso, o Besu é mais voltado para organizações que desejam integrar-se ao ecossistema Ethereum ou criar redes de permissão com base na tecnologia Ethereum.