15/10/2024

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Biden tenta reviver o «Quad», aliança com Índia, Japão e Austrália

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Depois de uma cúpula virtual em março, Biden volta a reuni-lo de forma presencial e em alto nível

WASHINGTON, DC - MAY 12: U.S. President Joe Biden delivers remarks on the COVID-19 response and the ongoing vaccination program at the Eisenhower Executive Office Building on May 12, 2021 in Washington, DC. Biden spoke on the approval of the Pfizer vaccine for children 12 and over and the country wide efforts to increase vaccination rates. (Photo by Drew Angerer/Getty Images)

O presidente americano, Joe Biden, continua mexendo as fichas na região do Indo-Pacífico ao receber nesta sexta-feira, 24, os primeiros-ministros de Índia, Japão e Austrália, após anunciar na semana passada uma espetacular aliança militar entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido.

Biden, que quer conter a influência crescente da China, pretende reviver o «Diálogo de Segurança Quadrilateral».

O também chamado «Quad» foi esboçado depois do tsunami devastador de 2004 e formalizado em 2007, mas está inativo há muito tempo.

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Depois de uma cúpula virtual em março, Biden volta a reuni-lo de forma presencial e em alto nível.

Os convidados são Scott Morrison (Austrália), com quem Biden já tinha se reunido presencialmente nesta semana, Narendra Modi (Índia) e Yoshihide Suga (Japão), com os quais também mantém diálogos bilaterais nesta sexta.

Juntamente com o primeiro-ministro indiano, no Salão Oval, Biden descreveu o programa do dia: «Hoje vamos falar sobre o que mais podemos fazer para combater a covid-19, enfrentar os desafios climáticos e garantir a estabilidade da região do Indo-Pacífico».

«Guinada para a Ásia»
Ao reativar o «Quad», Biden está de alguma forma buscando a «guinada para a Ásia» da política externa americana, um objetivo acalentado pelo ex-presidente Barack Obama (2009-2017).

Mas depois do anúncio do Aukus, como é conhecido o acordo com o Reino Unido e a Austrália — e do seu contrato de submarinos de propulsão nuclear que enfureceu a França —, Washington quer apresentar o «Quad» sob uma luz de consenso.

É um cenáculo «informal» e «íntimo», destinado a «desenvolver melhores canais de comunicação», disseram altos funcionários da Casa Branca a jornalistas.

Não há um objetivo «militar», insistiram, assegurando que o «Quad» seria «complementar» a outras iniciativas regionais, em resposta a uma pergunta sobre sua articulação com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Alguns membros desta organização, integrado por Malásia, Indonésia, Brunei, Vietnã, Camboja, Laos, Mianmar, Singapura, Tailândia e Filipinas, temem que a ofensiva americana na região leve a uma escalada com a China.

Segundo altos funcionários, a previsão é que o «Quad» insista nesta sexta sobretudo em projetos econômicos, ambientais e no combate à pandemia.

Os quatro sócios querem lançar uma iniciativa para proteger o abastecimento de semicondutores, componentes eletrônicos indispensáveis tanto para máquinas de lavar quanto para aviões ou smartphones, e que indústrias de todo o mundo têm enfrentado dificuldades para conseguir.

Também preveem falar sobre a tecnologia 5G, cibersegurança, intercâmbios universitários, projetos espaciais, pesca e vacinas.

«Para Washington, o desafio é superar o paradigma da segurança e melhorar a posição econômica dos Estados Unidos no sudeste da Ásia», disse Jonathan Stromseth, especialista na região, em nota publicada pelo centro de pesquisas Brookings Institution.

Stromseth avaliou que o esforço para reanimar o «Quad» é «emblemático» da «abordagem da administração Biden frente à China, apresentada como competitiva quando for preciso, cooperativa quando possível e de confronto quando necessário».

O presidente democrata mantém perante a China uma linha mais dura, mais ou menos como a de seu antecessor, o republicano Donald Trump, mas lida com o enfrentamento com Pequim de outra forma.

Biden, que tenta superar o confronto cara a cara entre as duas superpotências, espera reativar o jogo de alianças e incentivar os parceiros tradicionais dos Estados Unidos a tomar posições francas frente à China.