Pesquisadores fazem testes em quem usa drogas nas baladas e identificam substância que causa necrose
2 minutos de lecturaO repórter Chico Bahia e o repórter cinematográfico Fernando Grolla acompanharam a coleta e conversaram com as pessoas que participaram do teste.
O Profissão Repórter desta terça-feira (24) mostrou quais são as drogas mais utilizadas na atualidade e os impactos que elas provocam na saúde da população. No interior de São Paulo, uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pesquisa quais substâncias são consumidas em festas, festivais e shows.
Na última pesquisa, realizada entre 2018 e 2020, 70% das amostras identificaram substâncias diferentes das declaradas pelos usuários, incluindo um vermífugo utilizado para diluir a cocaína, o que pode causar necrose nas extremidades do corpo, como nariz, dedos e pés.
O repórter Chico Bahia e o repórter cinematográfico Fernando Grolla acompanharam a coleta e conversaram com as pessoas que participaram do teste.
“A gente tem percebido que existe uma discordância entre o que o usuário consome e o que a gente encontra nas amostras biológicas. Isso é um fator de risco, pois se ela for mais potente ele tem o risco de ter uma overdose e feitos indesejados”, afirmou o pesquisador Rafael Lanaro.
«Eu tomei uma bala [nome utilizado para designar MDMA] faz 1h30. Ainda é uma coisa muito nova no Brasil, não se fala muito sobre isso, de ter esse controle de qualidade da substância que estamos ingerindo”, afirmou um dos voluntários da pesquisa.
A pesquisadora Aline Franco Martin explica que é feita uma coleta por saliva de quem fez o uso de alguma substância nos eventos. A participação é de maneira voluntária, gratuita e garante o anonimato dos participantes.
Pesquisadores da Unicamp trabalham nas amostras coletadas em festas. — Foto: Reprodução/Profissão Repórter