Ethereum sobe mais que o Bitcoin e aprova mudança para ser ativo deflacionário; cripto pode saltar ainda mais
4 minutos de lecturaSÃO PAULO – O Ether, ativo digital da rede Ethereum, há anos aparece como a segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, atrás apenas do Bitcoin. Porém, o seu desempenho nos últimos meses tem sido bem superior, com ganhos de cerca de 150% apenas em 2021, contra 96% do Bitcoin. E o mercado já se prepara para uma valorização ainda maior.
Os desenvolvedores aprovaram nos últimos dias uma nova atualização do Ethereum, que deve marcar a maior mudança da rede desde sua criação, em 2015, e que tornará o ativo deflacionário, aumentando a expectativa por uma valorização ainda maior da criptomoeda nos próximos meses.
Chamada de EIP 1559 (Proposta de Melhoria do Ethereum, na sigla em inglês), essa mudança reduzirá a quantidade de Ether em circulação, passando a destruir alguns tokens toda vez que eles forem usados para realizar transações na rede.
Além disso, a proposta, que deve entrar em vigor em julho, também resolve um grande problema atual do Ethereum: os usuários só conseguem fazer uma estimativa de quanto irão pagar em Ether para realizarem as transações, criando um tipo de jogo de adivinhação e que levou até a criação de sites focados em ajudar os clientes da rede. Com a EIP 1559, passa a existir um preço médio fixo, acabando com essa incerteza de valores.
O Ethereum é uma plataforma descentralizada focada na execução dos chamados “contratos inteligentes”: operações que são feitas automaticamente quando certas condições são cumpridas. Sendo que o Ether é a moeda digital dessa rede, usada para o pagamento das transações dentro dessa rede.
Diferentemente do Bitcoin, o Ether não foi criado para ser uma moeda digital, mas sim um ativo para recompensar os desenvolvedores que usam a plataforma Ethereum para seus projetos.
Especialistas acreditam que com a implementação da EIP 1559, as taxas cobradas nas transações deverão cair bastante, favorecendo a adoção da rede, em um momento de muitas críticas por conta dos altos custos.
Tim Beiko, gerente de produto sênior da ConsenSys que está liderando a equipe de protocolo que implementa o EIP 1559, comparou o ambiente de taxas atual no Ethereum a um posto de gasolina onde cada uma das bombas tem um preço diferente. “[Agora] avaliaremos a demanda pela rede e colocaremos esse preço médio como parte da própria rede”, disse ele para a Bloomberg.
Outro reflexo que se tem discutido no mercado é a alta do preço do Ether. Isso porque com a destruição dos ativos usados para o pagamento da transação, espera-se que comece a diminuir o número de moedas em circulação, sendo que a rede tem sido cada vez mais usada, principalmente se ocorrer a redução das taxas.
Ou seja, o que deve acontecer é uma redução da oferta de Ether no mercado, com uma demanda pelo menos estável, mas em tendência de alta. Esse cenário deve pressionar o preço do ativo para cima.
“Este é provavelmente um dos maiores marcos que vimos recentemente”, disse Eric Turner, diretor de pesquisa da Messari, uma empresa de análise de criptomoedas.
Ele destaca o controle inflacionário que passará a existir a partir de agora no Ether já que, até hoje, o suprimento da criptomoeda, em tese, era infinito. “Agora, eles estão controlando a inflação no Ethereum […] Em alguns casos, você está olhando para uma inflação negativa, então é definitivamente importante”, disse Turner.
Por fim, a proposta também mudará uma outra característica importante do Ethereum. Atualmente, os usuários podem pagar um minerador da rede para processar sua transação com um cartão de crédito ou outra criptomoeda, minando o papel do Ether em seu próprio blockchain, como aponta Beiko. O EIP 1559 tornará o Ether a única maneira de pagar por transações na rede.
Desde o ano passado, o Ether já registra uma valorização bem forte, encerrando 2020 com valorização de cerca de 560%, enquanto o Bitcoin subiu 430% no mesmo período.
Neste ano, os ganhos até agora são de 150% para a moeda da rede Ethereum, atualmente cotada a US$ 1.850, podendo em breve superar em breve sua máxima histórica de US$ 2.042, atingida em 20 de fevereiro. Já o Bitcoin subiu 96% em 2021, cotado a US$ 57.100.
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Fuentes BR, InfoMoney. BR