21/12/2024

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NASA detalha como o espaço afeta o corpo humano

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Enquanto pesquisadores trabalham em motores, opções de moradia extraterrestre e meios de conseguir água e energia no espaço, outros cientistas tentam entender como o espaço afeta o corpo humano. Uma boa parte do que eles sabem agora foi reunida em uma coleção de 29 artigos, fruto do trabalho conhecido como The Twins Study, ou Estudo dos Gêmeos, que acompanhou dois astronautas. Entre março de 2015 e março de 2016, cientistas da NASA estudaram o metabolismo dos astronautas aposentados (e gêmeos idênticos) Scott Kelly, vivendo a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) e Mark Kelly, que permaneceu na Terra. Leia mais...

Enquanto pesquisadores trabalham em motores, opções de moradia extraterrestre e meios de conseguir água e energia no espaço, outros cientistas tentam entender como o espaço afeta o corpo humano. Uma boa parte do que eles sabem agora foi reunida em uma coleção de 29 artigos, fruto do trabalho conhecido como The Twins Study, ou Estudo dos Gêmeos, que acompanhou dois astronautas.
Entre março de 2015 e março de 2016, cientistas da NASA estudaram o metabolismo dos astronautas aposentados (e gêmeos idênticos) Scott Kelly, vivendo a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) e Mark Kelly, que permaneceu na Terra.
Os irmãos Kelly: Scott (à direita) cresceu alguns centímetros e sofreu com acúmulo de fluidos na cabeça por conta da microgravidade.Fonte:  NASA/Divulgação
O estudo, de imediato, confirmou que os ossos perdem densidade a uma taxa de 1,5% ao mês, e os músculos se atrofiam até 25%, principalmente os das costas e das pernas. Os fluidos do corpo se acumulam na parte superior do corpo, e a quantidade de sangue circulante diminui, levando à diminuição da oxigenação do cérebro.
Os dados coletados geraram dez investigações conduzidas por 84 pesquisadores de 12 universidades, liderados pelo Programa de Pesquisa Humana da NASA. A partir do Estudo dos Gêmeos, outros 56 astronautas passaram a ser acompanhados para que fosse possível documentar os efeitos sentidos por eles.
«Omas» em açãoOs fatores externos que afetam o ser humano no espaço foram estudados através de uma abordagem designada como multiômica, uma análise biológica na qual o conjunto de dados é obtido a partir dos múltiplos «omas», como genoma, proteoma, transcriptoma, epigenoma, metaboloma e microbioma, determinando como eles interagem e influenciam uns aos outros.
Segundo disse ao site Space.com a cientista ambiental Susan Bailey, a principal investigadora do Estudo dos Gêmeos e pesquisadora sênior de muitos dos artigos agora publicados, “estamos construindo uma base sólida de conhecimento cobre como os voos espaciais de longa duração afetam no corpo humano”.
O astronauta Akihiko Hoshide, depois de coletar sangue a bordo da ISS.Fonte:  NASA/Divulgação
Resumidamente, os cientistas identificaram seis fatores-chaves que determinam o que acontece com o corpo de uma pessoa no espaço.
Desregulação mitocondrialAs mitocôndrias (a organela responsável por gerar a maior parte da energia química em uma célula) funcionam de maneira diferente.
Estresse oxidativoO ambiente espacial provoca um desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes no corpo, provavelmente causado pela radiação a que os astronautas são expostos.
Danos ao DNAA radiação espacial também pode afetar os genes humanos.
Comprimento dos telômeros NASA/Divulgação Essas estruturas servem para proteger o material genético que o cromossomo transporta. Ao longo da vida e de até bilhões de divisões celulares, os telômeros vão encurtando até ficarem tão pequenos que não conseguem mais proteger o DNA – a célula, então, deixa de se reproduzir. No espaço, os telômetros se alongam, mas voltam ao seu tamanho original quando o astronauta retorna à Terra.
Variações nos microbiomasO material genético dos micróbios que habitam o corpo humano é alterado pelo ambiente espacial.
Mudanças epigenéticasOs mecanismos que regulam nosso DNA (ou seja, “ligam” e “desligam” conjuntos de genes) reagem à microgravidade.
O astronauta Andrew Morgan participa de um dos estudos a bordo da ISS.Fonte:  NASA/Divulgação
Os dados serão aplicados no desenvolvimento de medidas preventivas, tratamentos e terapias para futuros astronautas em assentamentos na Lua ou a caminho de Marte. “Esperamos que 31 astronautas nos próximos dez anos possibilitem estudos semelhantes», disse Bailey.
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