Livro sobre Disque Denúncia conta os bastidores do serviço em uma década marcada por sequestros no Rio
2 minutos de lecturaA obra ‘Os Grandes Casos do Disque Denúncia’ detalha seis grandes casos da história e conta os bastidores do serviço.
O Disque Denúncia foi criado há 28 anos, no ano de 1995, enquanto o Rio de Janeiro vivia um dos momentos mais aterrorizantes da sua história. Foram 81 casos de sequestros registrados entre janeiro e outubro daquele ano. O livro ‘Os Grandes Casos do Disque Denúncia’, de Mauro Ventura, conta os bastidores do serviço.
“Esse [sequestro] era o crime que mais afetava os cariocas. Não só os empresários, porque começou-se a sequestrar todo mundo, né? Tinha dia que tinham 10 pessoas sequestradas no mesmo dia”, diz o autor.
A segurança pública precisava reagir, foi quando entraram em cena empresários e o governo do estado. Apesar da parceria, o Disque Denúncia sempre atuou de forma autônoma.
“Eles resolvem se unir e criar o Disque Denúncia, chamam o Zeca Borges para comandar esse novo serviço”, relembra Mauro.
O publicitário José Antônio Borges Fortes, o Zeca Borges, foi o coordenador do Disque Denúncia desde a sua criação. Ele morreu em 2021, aos 78 anos.
O jornalista e escritor Mauro Ventura acompanhou o trabalho do Disque Denúncia durante anos. E acaba de lançar o livro, que detalha seis grandes casos da história do serviço.
São quase 3 milhões de denúncias, que resultaram na prisão de mais de 20 mil bandidos, na apreensão de 42 mil armas e munições e cerca de 33 toneladas de drogas.
“Disque Denúncia começa, nos três primeiros meses pouca gente conhece. Até que tem o caso dos três sequestros no mesmo dia, que é um divisor de águas na história do Disque Denúncia”, explica Mauro.
É o caso dos estudantes Marcos Chiesa, Eduardo Eugênio Gouvêa e Carolina Dias Leite, sequestrados em diferentes pontos do Rio de Janeiro, no dia 25 de outubro, de 1995.
“O Rio vira aquela comoção, todo mundo em choque. A polícia, completamente atônita e sem ação. E aí, em 24 horas, o Disque Denúncia ajuda a resolver um caso, de uma das sequestradas, da Carolina, e uma semana depois, outro caso, o do Marcos Chiesa”, conta o escritor. «É o caso que torna o Disque Denúncia conhecido da população».
O terceiro sequestrado naquele dia, Eduardo Eugênio, o Duda, foi libertado 35 dias após ser levado pelos bandidos.