Dólar abre em baixa, com expectativa por decisão de juros no Brasil e nos EUA
4 minutos de lecturaNo dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,59%, cotada a R$ 4,9659. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira recuou 0,40%, aos 126.403 pontos.
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O dólar abriu em baixa nesta quarta-feira (13), dia marcado pela expectativa dos investidores em relação ao rumos dos juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define a nova Selic, taxa básica de juros, hoje em 12,25% ao ano. A expectativa é de que haja um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando a taxa a 11,75% ao ano, o menor patamar em quase dois anos.
Já nos Estados Unidos, o consenso do mercado é que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Dólar
Às 09h10, o dólar caía 0,17%, cotado a R$ 4,9575. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,59%, vendida a R$ 4,9659. Com o resultado, passou a acumular:
- alta de 0,74% na semana;
- avanço de 1,03% no mês;
- recuo de 5,91% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa só começa a operar às 10h.
No dia anterior, o índice fechou em baixa de 0,40%, aos 126.403 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
- queda de 0,54% na semana;
- retração de 0,73% no mês;
- ganhos de 15,19% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário interno, as perspectivas são bastante otimistas para o futuro da taxa Selic. Isso porque as decisões sobre os juros são tomadas com base na trajetória da inflação. De forma simples, se a inflação está pressionada e subindo, o Copom eleva os juros para conter o avanço dos preços. Já quando a inflação desacelera, fica viável que os juros caíam também.
Atualmente, a inflação brasileira, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra uma trajetória benigna. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que os preços medidos pelo IPCA subiram 0,28% em novembro, contra alta de 0,24% no mês anterior.
No acumulado em 12 meses, a inflação é de 4,68% e, no ano, acumula alta de 4,04%. Em ambos os intervalos, a inflação está dentro da meta do BC para 2023 – de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Em análise, a XP Investimentos considerou que, desde a última reunião do Copom, no começo de novembro, as notícias foram benignas para a inflação de curto prazo, com queda das taxas de juros em países desenvolvidos, com recuo da inflação e dos preços do petróleo.
«O principal risco, a nosso ver, continua no lado fiscal. Notícias recentes sugerem novas despesas fora dos limites do arcabouço recentemente aprovado, e menos contingenciamento orçamentário se a meta fiscal estiver sob risco de não ser atingida. Esses sinais reforçam a nossa visão de que a política fiscal tem um viés expansionista, o que tende, em algum momento, a pressionar as expectativas de inflação», disse a instituição em comunicado.
Neste contexto, assim como a maior parte do mercado, a expectativa da XP é que o Copom opte por promover um novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, no que seria a quarta queda consecutiva.
«É dado como certo os próximos dois cortes de 0,5% nas duas próximas reuniões e em 2024 poderemos ver algumas demonstrações com relação a aceleração nos cortes. Até lá, a discussão será até onde poderá ir esse corte de juros», comenta Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Ainda no cenário doméstico, o presidente Lula sancionou a lei que taxa fundos exclusivos e offshores. Já o projeto de lei que estabelece regras para o mercado de apostas esportivas foi aprovado pelo Senado. As duas propostas têm como objetivo aumentar a arrecadação federal.
Voltando aos juros, nos Estados Unidos o grande destaque do dia também são as taxas de juros. Lá, a situação é um pouco diferente do que o Brasil vive hoje.
A inflação de novembro, também divulgada ontem, subiu 0,1% na maior economia do mundo, enquanto as projeções eram de estabilidade dos preços. A inflação anual caiu de 3,2% para 3,1%, enquanto a meta do Fed é de 2%.
Neste contexto, o que analistas e investidores esperam é uma manutenção dos juros entre 5,25% e 5,50% ao ano nesta e nas próximas reuniões. A expectativa é que o Fed só inicie um ciclo de cortes nas taxas em meados de 2024.