Desemprego no Brasil salta a taxa recorde de 14,6% no 3º trimestre e atinge 14,1 milhões
4 minutos de lectura Número de desempregados aumenta 1,3 milhão em 3 meses, segundo o IBGE. Em 1 ano, Brasil perdeu 11,3 milhões de postos de trabalho e, desde maio, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país. O desemprego no Brasil saltou para a taxa recorde de 14,6% no trimestre encerrado em setembro, afetando 14,1 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de 14,6% corresponde a um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao 2º trimestre (13,3%), e de 2,8 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado (11,8%).
"Essa é a maior taxa registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja, mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no país", informou o IBGE.
Evolução da taxa de desemprego
Economia G1
O desemprego vem renovando recordes desde julho no país em meio ao retorno à força de trabalho daqueles que perderam sua ocupação na pandemia mas não estavam procurando um emprego.
Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego também reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. “Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, afirma.
População ocupada cai para nova mínima histórica
A população ocupada no Brasil encolheu 1,1% em 3 meses, para 82,5 milhões, atingindo o patamar mais baixo da série histórica, segundo o IBGE. Em 12 meses, o país perdeu 11,3 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho.
Com o novo recuo, o nível de ocupação encolheu para 47,1%, o menor da série histórica, contra 47,9% no trimestre anterior (47,9%). Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
Na comparação com o trimestre anterior, a taxa de desemprego subiu em dez estados e ficou estável nos demais. As maiores taxas foram na Bahia (20,7%), em Sergipe (20,3%) e em Alagoas (20,0%). Já a menor foi registrada em Santa Catarina (6,6%).
Resumo
Entre os principais destaques da pesquisa, segundo o IBGE, estão:
Mais 1,3 milhão de pessoas entraram na fila em busca de um trabalho no 3º trimestre frente ao segundo;
A taxa de desemprego subiu em 10 estados e ficou estável nos demais. Bahia (20,7%) teve a maior taxa e Santa Catarina (6,6%), a menor;
Taxa de desemprego foi de 12,8% para os homens e 16,8% para as mulheres;
O contingente de ocupados atingiu mínima histórica de 82,5 milhões de pessoas;
Nível de ocupação foi de 47,1%; ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país;
O número de pessoas com carteira assinada caiu 2,6% frente ao 2º trimestre, com perda de 790 mil postos;
A taxa de informalidade ficou em 38,4%, o que corresponde a 31,6 milhões de pessoas;
Ocupação aumentou somente na construção e na agricultura.
Perspectivas
Apesar da reação da economia no 3º trimestre, com recuperação de parte significativa das perdas da fase mais aguda da pandemia, analistas avaliam que a taxa de desemprego deve continuar em trajetória de alta nos próximos meses considerando o fim dos programas de auxílio, as preocupações com uma segunda onda de coroavírus e incertezas sobre o andamento de medidas de ajuste fiscal para garantir a sustentabilidade das contas públicas.
A economia brasileira gerou 394.989 empregos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quinta-feira (26). Foi o quarto mês seguido em que as contratações com carteira assinada superaram as demissões No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, porém, houve a perda de 171.139 empregos.
Na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, o país pode recuperar essas vagas até o fim do ano. "Podemos terminar o ano tendo perdido zero empregos no mercado formal, zero", disse o ministro. "Se terminarmos o ano com zero perda de empregos no mercado formal, terá sido um ano histórico da economia brasileira", acrescentou.
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