Avião decola de Natal para a repatriação de brasileiros em Israel
1 minuto de lecturaO Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza e mais 60 em Ascalão e em outras localidades na zona de conflito
Indice
Avião: o Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza (Flapper/Divulgação)
Na noite deste domingo, 8, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizado pelo Ministério da Defesa saiu da Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, com destino à Roma, na Itália. Ele é o primeiro de seis que devem sair para repatriar brasileiros que estão em Israel e desejam sair da região após os ataques do fim de semana promovidos pelo grupo Hamas.
“Nossa ideia é que esse avião fique na Itália aguardando essas coordenações finais junto ao MRE. Nós estamos com militares nossos, da nossa adidância, junto à embaixada de Israel e nas demais embaixadas da região também, para que possamos fazer as primeiras levas, trazer os primeiros brasileiros de lá para cá”, explicou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.
O Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza e mais 60 em Ascalão e em outras localidades na zona de conflito.
Segundo o Ministério da Defesa, o avião enviado é o maior já operado pela Força. O KC-30 tem 233 toneladas (peso máximo), capacidade para 238 passageiros e pode transportar até 45 toneladas de carga útil, além de voar uma distância de 14,5 mil quilômetros.
Resumo do fim de semana
Neste sábado, 7, o grupo armado palestino Hamas lançou a “Operação Al-Aqsa Flood” contra Israel, na ofensiva mais grave desde que Tel-Aviv e o grupo palestino travaram uma guerra de 11 dias em 2021.
O Hamas afirmou que disparou pelo menos 5 mil foguetes, enquanto Israel confirmou que os combatentes do grupo entraram no seu território por terra e mar. Os ataques matinais ocorreram em Simchat Torá, um feriado que ocorre no final do festival judaico de uma semana conhecido como Sucot, ou Festa dos Tabernáculos.
Durante a madrugada de domingo, 8, o norte de Israel sofreu novos bombardeios de um movimento libanês que se diz aliado ao Hamas. O grupo armado Hezbollah reinvidicou o ataque e afirma ter lançado três foguetes contra três postos militares na Fazenda Shebaa, território ocupado por Israel desde 1967.
O exército israelense retomou os ataques aéreos e de artilharia na Faixa de Gaza. Jatos disparados por Israel destruíram um prédio que abrigava o Banco Nacional Islâmico Palestino.
Número de vítimas
A ofensiva lançada no sábado por terra, mar e ar pelo Hamas, que governa Gaza, deixou até agora mais de 600 mortos e 2.000 feridos em Israel, 200 deles em “estado crítico”, informou o governo.
Os bombardeios lançados em resposta por Israel contra Gaza causaram 370 mortos e 2.200 feridos, indicou o Ministério da Saúde do enclave palestino.
O governo israelense também indicou que o Hamas capturou “mais de 100” pessoas no seu ataque, tomando-as como “prisioneiras”.
O Hamas e a Jihad Islâmica, outro grupo armado palestino, alegaram ter capturado “muitos soldados”.
Reunião da ONU
O Brasil e outros países-membros do Conselho de Segurança da ONU realizaram reunião de urgência neste domingo, 8, na sede da organização, em Nova York. No entanto, não se chegou a um consenso.
Enquanto os Estados Unidos reforçou o apoio a Israel, a China defendeu a criação do Estado independente da Palestina e a Rússia é próxima ao Irã, um dos principais financiadores do Hamas.
O Brasil condenou os bombardeios e ataques feitos a Israel a partir da Faixa de Gaza neste sábado e defendeu ações para evitar que o conflito tome maiores proporções.
«O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU», disse o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, em sua conta oficial no X, antigo Twitter.
A reunião do CSNU foi fechada à imprensa. O representante permanente do Brasil junto à ONU, o diplomata Sérgio França Danese, falou à imprensa que a reunião teve como tônica a busca por um processo de negociação o mais rápido possível.
(Com Estadão Conteúdo e Al Jazeera)