23/11/2024

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A Modernização da Tropa Blindada – Parte I

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A partir do ano 2000 o Exército Brasileiro passa por uma acelerada atualização dos seus meios de combate blindados: adquirindo novas viaturas como a Leopard 1 A5, modernizando blindados já adotados como os M113 e desenvolvendo novos blindados como o Guarani. Abaixo, os dois blindados de combate mais relevantes e modernos que a Força Terrestre […]

A partir do ano 2000 o Exército Brasileiro passa por uma acelerada atualização dos seus meios de combate blindados: adquirindo novas viaturas como a Leopard 1 A5, modernizando blindados já adotados como os M113 e desenvolvendo novos blindados como o Guarani.

Abaixo, os dois blindados de combate mais relevantes e modernos que a Força Terrestre possui, o carro de combate Leopard 1A5, que é o blindado com maior poder ofensivo da frota brasileira, e a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal sobre rodas Guarani.

Leopard 1A5

O Leopard 1A5 é o estágio evolutivo do blindado alemão Leopard 1A1. O blindado recebeu aperfeiçoamentos na capacidade de combate noturno e sob mau tempo; também teve aperfeiçoado a sua capacidade de efetuar disparos contra alvos em movimento, garantindo assim maior mobilidade e flexibilidade no campo de batalha.
O comando do Exército Brasileiro vislumbrou a necessidade de substituir os carros de combate Leopard 1A1, já em obsolescência, na primeira década do ano 2000, incorporados em 1993 estes carros de combate representavam a espinha dorsal da força de blindados brasileira.

A escolha lógica foi pelo substituto do modelo Leopard 1A1, com a aquisição de um lote de carros de combate usados em bom estado de conservação da família Leopard, modelo no qual já tínhamos experiência nas tarefas de manutenção e operação do conjunto mecânico, além do próprio emprego do novo carro de combate, que tem a mesma mecânica e trem de rolamento do anterior.

Então, em 2006 foram iniciadas tratativas para aquisição de mais de duas centenas deste modelo, incluindo neste pacote também veículos de serviço. Foram adquiridos 250 carros de combate Leopard 1A5 do Exército Alemão, que dispunha de uma grande quantidade destes blindados armazenados, que foram desativados quando da introdução dos novos Leopard II. A compra incluiu a contratação de todo o suporte técnico e garantia de fluxo de peças de reposição com o fabricante original do modelo da Krauss-Maffei, possibilitando assim manter altos índices de disponibilidade e operacionalidade.

A versão 1A5 adquirida pelo Brasil é a mais moderna da família Leopard 1 produzida, empregando sistemas eletrônicos desenvolvidos para serem usados no sucessor Leopard II. Estes sistemas permitem ao veículo uma sobrevida nos campos de batalha modernos. Destaca-se no conjunto o controle de tiro, que é baseado em um computador de tiro com mira integrada e telêmetro laser, aparato que substitui os sistemas ópticos mais antigos. Seu computador de controle de fogo pode calcular soluções de tiro contra alvos distanciados em até 4 km de distância, e como diferencial este sistema permite ao carro se mover por terreno irregular com o canhão se mantendo apontado para o alvo, possibilitando o disparo em movimento com alta probabilidade de acerto no primeiro tiro. Os carros de combate adquiridos pelo Exército Brasileiro apresentam reforços em sua proteção balística, através de placas de blindagem na torre e o habitáculo do veículo, protegido para condições de ambiente QBRN (químico, biológico, radiológico e nuclear).

Os primeiros dez carros chegaram ao Brasil em 2009, sendo distribuídos entre os Arsenais de Guerra do Rio de Janeiro e São Paulo, Escola de Material Bélico, Parque Regional de Manutenção 3 e Centro de Instrução de Blindados, no intuito de desenvolver os processos de nacionalização de componentes, treinamento de mecânicos e desenvolvimento de manuais de operação. O segundo lote, composto por 70 carros, chegou ao Brasil no mesmo ano do primeiro lote, sendo distribuído na ordem de 26 carros para o 1º Regimento de Carros de Combate (1ºRCC), 26 para o 4º Regimento de Carros de Combate (4º RCC) e 14 para 3º Regimento de Carros de Combate (3º RCC) e 4 carros para o Centro de Instrução de Blindados (CIBld). Mais dois lotes foram recebidos entre 2010 e 2012, distribuindo mais carros para as unidades descritas anteriormente e também passando a dotar o 5º Regimento de Carros de Combate (5º RCC), substituindo os Leopard 1A1 e M-60 Patton. A adoção deste modelo elevou o patamar operacional da arma blindada do Exército Brasileiro.

O Guarani

A Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) – Guarani é um veículo projetado e produzido no Brasil. Desenvolvido a partir de pesquisas empreendidas pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, a família de blindados Guarani está sendo produzida em parceria com a empresa italiana IVECO.

O Guarani é um moderno e poderoso instrumento para operações militares de ataque, defesa, patrulhamento, missões de paz e Garantia da Lei e da Ordem.

O carro substituirá os blindados Urutu, que estão em operação há quase 50 anos nas Forças Armadas. Com capacidade para 11 homens – sendo nove combatentes, um atirador e um condutor, o Guarani contém, além de ar condicionado, uma série de inovações tecnológicas: baixa assinatura térmica e radar – dificultando sua localização pelos inimigos; proteção blindada para munição perfurante incendiária e minas anticarro; navegação por GPS; freios ABS; visão noturna; motor de 383 cv, com velocidade máxima de 100 km/h; sistema de gerenciamento de campo de batalha e sistema de consciência situacional. As primeiras unidades foram entregues em 24 de março de 2014 ao 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado, sediado em Cascavel no Paraná. Serão distribuídos para as tropas de cavalaria e de infantaria mecanizadas.

O Guarani também possui capacidade anfíbia, impulsionado por hélices traseiras. Suas torres podem ser equipadas com canhões de munição de 30mm, além de metralhadoras .50 e 7,62mm remotamente controlados. É projetado para atingir alvos aéreos e terrestres.

A VBTP Guarani representa um grande esforço de modernização da arma de blindados do Exército Brasileiro e um significativo aumento no poder de combate das tropas mecanizadas da Força Terrestre.

FONTE: 3ª Divisão de Exército (3ª DE)