Mais de 2,1 milhões de palestinos vivem na Faixa de Gaza
3 minutos de lecturaÁrea está sob controle dos terroristas do Hamas há 15 anos. Gaza adquiriu seu contorno atual em 1949, com o fim da primeira guerra entre árabes e israelenses.
Por Jornal Nacional
Mais de 2,1 milhões palestinos vivem na Faixa de Gaza, que está sob controle dos terroristas do Hamas há 15 anos.
Uma estreita faixa de terra entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, com postos de controle de entrada e saída fortemente vigiados; 2 milhões de pessoas vivem em 365 km², a mesma área de São Luís, no Maranhão, que tem metade da população.
Gaza é uma das regiões mais densamente povoadas do mundo; metade da população tem menos de 19 anos. Doenças contraídas por causa da água contaminada são a maior causa de morte infantil.
São só 6 km de largura entre Israel e o mar; 21 km de litoral em que 4 mil pessoas vivem da pesca. A exportação está proibida; 48% dos moradores de Gaza estão desempregados.
Faixa de Gaza: uma estreita faixa de terra entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo — Foto: JN
A Faixa de Gaza adquiriu seu contorno atual em 1949, com o fim da primeira guerra entre árabes e israelenses. Primeiro, controlada pelos palestinos; depois pelos egípcios, de 1959 até 1967 – quando Israel a ocupou na Guerra dos Seis Dias.
Em 1993, a Autoridade Palestina assumiu a responsabilidade administrativa sobre os territórios. Em 2005, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, participou de um encontro no Egito com o então primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, o rei Abdullah da Jordânia e o então presidente egípcio Hosni Mubarak. A reunião serviu para declarar um fim à violência. As duas maiores facções palestinas – o Hamas e o Fatah – concordaram com o acordo.
O Exército de Israel se retirou de Gaza e ordenou a saída de 8 mil colonos israelenses. A união entre as duas facções palestinas durou pouco; em 2006, houve eleições legislativas em Gaza.
O Hamas, que além de ser um grupo extremista armado considerado terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, é um partido político, conquistou 74 das 132 cadeiras. Enquanto o partido nacionalista Fatah, que também tem um braço armado, ficou com 45.
No ano seguinte, depois de um sangrento confronto, o Hamas expulsou o Fatah e assumiu o controle de Gaza. O Hamas chegou a jogar militantes do Fatah do alto de prédios.
Desde 2007, a Faixa de Gaza está sob controle do Hamas — Foto: JN
Gaza passou a ser controlada pelo Hamas e, desde então, não houve mais eleição na região.
Em junho de 2007, com apoio do Egito, Israel impôs um bloqueio por ar, terra e mar na Faixa de Gaza. Israel diz que os bloqueios são necessários para a segurança dos israelenses.
Uma pesquisa feita pelo Palestinian Center revelou que um terço dos palestinos são contrários ao rompimento político entre a Autoridade Palestina na Cisjordânia e o Hamas, na Faixa de Gaza.
O professor da UFRJ Michel Gherman afirma que o Hamas não se apresenta como uma alternativa viável para os moradores de Gaza:
«O Hamas é uma instituição que existe desde a década de 80, é uma instituição produzida como uma espécie de resposta ao nacionalismo secular palestino e é uma instituição que nunca, em última instância, se consolidou como alternativa concreta para solução do problema palestino. O Hamas é uma instituição fundamentalista religiosa e que se estabelece a partir dessas lógicas. O Hamaz não considera a existência de Israel possível e Bibi Netanyahu não considera a existência de um Estado Palestino algo viável».
O professor Hussein Kalout, que é pesquisador da Universidade de Harvard, analisa que os palestinos em Gaza sofrem ao conviver sob o domínio de um grupo armado, com fundamentalismo religioso e violência política, que é o que representa o Hamas.
“Olha, se você perguntar aos palestinos em Gaza se eles preferem viver sob outras condições, eu te garanto que eles vão responder que sim, óbvio que eles vão dizer que não gostariam de viver nessas circunstâncias miseráveis que eles vivem hoje, nem sob o cerco de Israel, uma prisão ao ar livre, nem sob o jugo do Hamas», afirma.