“O problema é que todo mundo usava a Binance”, diz criador do Ethereum após visitar a Argentina
4 minutos de lecturaVitalik Buterin, fundador do Ethereum, conversou com a CNBC nesta sexta-feira (22), comentando sobre suas viagens pelo mundo. Sobre a Argentina, o desenvolvedor afirmou ter encontrado diversos comércios aceitando Bitcoin e Ether, sem precisar procurar por eles, mas que “o problema é que todos eles usavam a Binance”.
Seguindo, Buterin comentou que o problema de serviços centralizados é que eles são vulneráveis, “tanto à pressão externa quanto à corrupção deles próprios”.
Ainda sobre essa pressão governamental, o criador do Ethereum defendeu que sua criptomoeda, que passou por uma grande atualização há um ano, é mais segura que o Bitcoin. Há anos, essas são as duas maiores criptomoedas do mercado, possuindo certa rivalidade entre desenvolvedores e utilizadores.
Criador do Ethereum comenta sua viagem à Argentina Nascido na Rússia, Vitalik Buterin comentou a CNBC que está preocupado com alguns países, que recentemente ele teria prazer em visitá-los. Um desses é o seu próprio país natal, que entrou em guerra com a Ucrânia em 2022.
“Definitivamente, há um monte de países que eu teria visitado com muito prazer há três anos, e estou muito, muito mais apreensivo em visitar hoje.”
Em outro ponto da conversa, Buterin lembra da vez que visitou a Argentina. Segundo o desenvolvedor, são países assim que mais precisam das criptomoedas, tanto para se expor financialmente ao mundo quanto para criar reservas de valor.
“Quando visitei a Argentina no final de 2021, muitas pessoas usavam criptomoedas, muitas pessoas amam as criptomoedas. Fui literalmente reconhecido nas ruas de Buenos Aires com mais frequência do que em São Francisco.”
No entanto, mesmo que argentinos estejam usando criptomoedas para fugir da inflação de sua moeda, o peso, Buterin acredita que o setor ainda pode evoluir muito, principalmente em termos de mercado.
“Encontrei cafeterias, mesmo sem procurá-las, que aceitavam Bitcoin e Ether — mas o problema é que todas usavam a Binance. Esses atores centralizados são vulneráveis, você sabe, tanto à pressão externa quanto à própria corrupção.”
O criador do Ethereum explica que a solução seria o uso de transações on-chain. De qualquer forma, reconhece que nem mesmo o seu projeto está preparado para isso, principalmente pelas altas taxas de transação em tempos de congestionamento e pela sua complexidade.
“Precisamos que os pagamentos em Ethereum tenham uma taxa de transação inferior a cinco centavos”, comentou Buterin, repetindo a si. Indo além, o desenvolvedor também cita que hoje as pessoas precisam ter um ‘doutorado’ para realizar uma simples transação de ETH, e que isso precisa mudar.
Ethereum é mais seguro que o Bitcoin, diz Vitalik Buterin Em outro trecho, o criador do Ethereum defende que seu projeto é mais seguro que o Bitcoin em relação à repressão de governos. O motivo seria o Proof-of-Stake, algorítimo que substituiu a mineração por placas de vídeo, usada por anos no ETH.
“O Proof-of-Stake é, na verdade, mais fácil de anonimizar e mais difícil de derrubar do que o Proof-of-Work”, disse o desenvolvedor, comparando ETH e BTC.
“O Proof-of-Work requer enormes quantidades de equipamento físico e grandes quantidades de eletricidade. Esses são exatamente os tipos de coisas que as agências antidrogas [governamentais] têm décadas de experiência em detectar.”
Após o banimento da mineração na China, muitos mineradores migraram para os Estados Unidos, justamente porque não poderiam ocultar sua atividade. “Você só precisa de uma VPN”, disse ele sobre o PoS. “Não é perfeito, mas é definitivamente muito mais fácil de esconder.”
Ethereum não depende da Fundação Ethereum, diz desenvolvedor Segundo os críticos do Ethereum, seu desenvolvimento é muito mais centralizado que o do Bitcoin. Ou seja, possuí um grande ponto de falha, e controle, que nenhuma criptomoeda deveria ter. Em sua defesa, Vitalik Buterin aponta que o Ethereum continuaria funcionando, mesmo que todos fossem presos.
“Mesmo que a Fundação fosse atingida por alguma ordem mágica de congelamento em todas as jurisdições ao mesmo tempo, e se algo acontecesse comigo ao mesmo tempo, há empresas inteiras que são mantenedoras de clientes Ethereum que seriam totalmente capazes de continuar [o projeto].”
Explicando sua resposta, o desenvolvedor afirma que o papel da Fundação não é ser um operador ou dominante no longo prazo, mas sim “promover coisas que, uma vez iniciadas, possam continuar de uma forma totalmente independente”.
Por fim, Buterin também comentou sobre a chegada das moedas digitais de bancos centrais, como o DREX. Segundo o desenvolvedor, elas não diferem dos sistemas já existentes, notando que elas “basicamente acabam sendo front-ends diferentes para o sistema bancário existente”.
A conversa completa com Vitalik Buterin pode ser encontrada no site da CNBC.
Fonte: “O problema é que todo mundo usava a Binance”, diz criador do Ethereum após visitar a Argentina
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