Inflação acelera para 0,86% em outubro, maior alta para o mês desde 2002
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No acumulado no ano, IPCA registra avanço de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, ainda abaixo da meta central do governo para o ano, que é de 4%. Alimentos mais uma vez puxam a alta dos preços.
Puxado novamente pela alta nos preços dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, avançou 0,86% em outubro, acima da taxa de 0,64% registrada em setembro, divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se da maior alta para o mês desde 2002, quando a taxa foi de 1,31%, e também da maior taxa do ano.
No acumulado em 2020, o IPCA passou a registrar alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima dos 3,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da forte aceleração, a inflação em 12 meses ainda segue abaixo da meta central do governo para o ano, que é de 4%.
Alimentos seguem pressionando
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram alta em outubro. A maior variação (1,93%) e o maior impacto (0,39 ponto percentual) vieram, mais uma vez, de alimentação e bebidas.
Entre os itens que mais subiram, destaque para as altas em alimentos como o arroz (13,36%, após alta de 17,98% em setembro), óleo de soja (17,44%, após avanço de 27,54% em setembro) e carnes(4,25%, após alta de 4,53% em setembro).
Houve aceleração na variação de itens como tomate (de 11,72% em setembro para 18,69% em outubro), frutas (de -1,59% para 2,59%) e batata-inglesa (de -6,30% para 17,01%). No lado das quedas, os destaques foram os preços da cebola (-12,57%), da cenoura (-6,36%) e do alho (-2,65%).
O segundo maior impacto (0,24 ponto percentual) veio dos transportes (1,19%), enquanto a segunda maior variação veio dos artigos de residência (1,53%), que contribuíram com 0,06 p.p. no índice geral de outubro. Outro destaque no lado das altas foi o grupo vestuário (1,11%). A única queda foi em educação (-0,04%).
Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados
. Alimentação e bebidas: 1,93%
. Habitação: 0,36%
. Artigos de residência: 1,53%
. Vestuário: 1,11%
. Transportes: 1,19%
. Saúde e cuidados pessoais: 0,28%
. Despesas pessoais: 0,19%
. Educação: -0,04%
. Comunicação: 0,21%
Inflação tem alta em todas as regiões pesquisadas
O IPCA avançou, na passagem de setembro para outubro, em todas as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE. Em apenas seis delas, o avanço foi menor que a média nacional.
A maior alta foi registrada em Rio Branco (1,37%). Segundo o IBGE, a inflação na capital acreana foi puxada pelos alimentos, sobretudo das carnes (9,24%) e do arroz (15,44%). Já o menor índice foi observado na região metropolitana de Salvador (0,45%), que sofreu influência da queda nos preços da gasolina (-2,32%).
Embora o índice de inflação oficial permaneça sob controle no país, a alta do custo de vida tem pesado mais no bolso dos mais pobres. O índice da FGV que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos, por exemplo, acumula alta de 3,86% no ano e 4,54% nos últimos 12 meses.
Apesar da disparada nos alimentos nos últimos meses, a expectativa de inflação para este ano ainda segue abaixo da meta central do governo, de 4%, embora acima do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.
Os analistas das instituições financeiras projetam um IPCA de 3,02% em 2020, conforme a última pesquisa Focus do Banco Central.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica.
Perspectivas e meta de inflação
Nos últimos meses, com a alta do dólar e recuperação da atividade econômica, os preços passaram a subir num ritmo mais acelerado, principalmente alimentos.
Na ata da última reunião do Copom, o Banco Central avaliou que pressão sobre a inflação é ‘temporária’ e espera ‘reversão’ na alta de preços. O BC endureceu, porém, a mensagem sobre o eventual espaço para cortar a taxa básica de juros e frisou estar atento à piora do quadro fiscal do país e as implicações do aumento da dívida pública para a política monetária.
O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano, subindo para 2,75% no final de 2021. Ou seja, a expectativa é que a Selic deve voltar a subir no ano que vem.
Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,10% para 3,11% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central
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November 6, 2020 at 09:15AM